06 dezembro 2015

Resenha | Confissões de Inverno


É muito difícil falar sobre um livro tão forte, e, ao mesmo tempo, tão sensível. Confissões de Inverno foi uma grande surpresa para mim, com uma sinopse bem expressiva e pouco detalhada, embarquei nessa leitura com grandes expectativas e uma grande parte foram supridas. 
Em Confissões de inverno conhecemos Aidan Donovan, um garoto de 16 anos que está passando por problemas familiares. As incontáveis ausência do pai o torna frio e solitário. Então o que faria um garoto que não vê o sentindo de continuar vivendo? Se entregaria para a solidão e esperaria o tempo decidir o seu destino? Não! claro que não! 
Aidan procura consolo na igreja Preciosíssimo Sangue, o consolo do adorável padre Greg o torna cada vez mais forte. Mas quando em uma crise existencial Aidan descobre que todo o amor dito pelo padre era uma farsa, um acumulo de mentiras vem à tona, deixando-o com o coração ferido. Tudo não passava de uma ilusão posta para que os constantes abusos praticados pelo padre fossem escondidos (ou esquecidos). Mas de quem será a culpa?

"O Problema é que nem sempre a gente escreve a própria história. Você participa da história dos outros e fica sem resposta quado se pergunta por quê. Você não tem controle, porque as forças em ação são grandes demais para enfrentar e, às vezes, até para entender."

Após toda a verdade vir à tona para Aidan, ele resolve tentar esquecer tudo o que aconteceu, porém, logo descobre que isso será totalmente impossível. Com a ajuda de Josie, Sophie e Mark, Aidan irá traçando uma nova história: Sem Preciosíssimo Sangue, sem padre Greg. Mas como em uma Montanha Russa, o pior ainda não havia acontecido!
Confissões de inverno é uma verdadeira lição sobre superação, auto conhecimento e sexualidade. Lidar com os erros alheios pode ser tão difícil quanto lidar com os nossos próprios erros. Contudo, pode ser bem mais fácil quando se tem amigos que estão do seu lado e podem superar junto com você. É isso que aprendemos com essa leitura: Enfrentar o que é ruim com pessoas que realmente gostamos é bem mais fácil que enfrentar sozinho, esperando que o tempo passe e que possamos sumir.
Com uma brilhante estreia, Brendan Kiely nos faz pensar sobre o certo e o errado, sobre a culpa e o culpado. 

"Havia algo mais profundo que apenas o sexo, não? Eu acreditava que a união dos corpos era a ponte de algo mais importante, uma junção de partes para compor um todo mais pleno, assim como o ato de respirar une a inspiração e a expiração num só movimento. Era só isso que eu queria: uma sensação de estabilidade, de completude, uma garantia de que qualquer medo poderia ser desfeito, de que a solidão era uma doença que se curava quando a expiração do outro se tornava a minha inspiração e, juntos, nenhum de nós jamais se sentiria só."

Confissões de inverno foi uma leitura prazerosa, e ao mesmo tempo difícil. Foi difícil conhecer uma história tão intensa e saber que isso acontece em nosso dia a dia. O livro não é apenas uma história para entreter, é uma crítica para que possamos ver o que, às vezes, está debaixo do nosso próprio nariz.

"A Verdade nem sempre precisa estar debaixo do nosso nariz para que seja reconhecida, não é?"

Um livro doce, simples e recomendado! 




Brendan Kielyy | Editora Arqueiro | Skoob | 224 Páginas | 2015

0 comentários:

Postar um comentário