24 junho 2016

Resenha | Guerra do Velho


Um livro de ficção cientifica que explora o real e o irreal, traça uma história com muita ação e diálogos incrivelmente sensacionais.  A escrita do John Scalzi é de uma monstruosidade que é até difícil colocar em palavras. Ele descreve os cenários com riqueza de detalhes, os personagens são bem construídos e com aquele sentimentalismo que acabamos por nos envolver.

O livro vai contar a história de John Perry, um homem que acaba de completar os seus 75 anos e que decidi se alistar no exército. Porém, se alistar no exército requer abrir mão de tudo que se tem e/ou se conhece na terra. Após se alistar no exército, Perry é dado como morto e parte para uma jornada pela galáxia, onde não sabe o que irá encontrar ou enfrentar. 

Ninguém sabe o que acontece com as pessoas que deixam a terra para servir as Forças Coloniais de Defesa, mas existem especulações que os idosos que resolvem se alistar sofrem uma espécie de rejuvenescimento para que possa lutar contra raças alienígenas. Mas tudo isso é teoria, até por que uma vez que se alistou no exercito e deixou o planeta terra, nunca mais se é visto. O que será que acontece com todos que vão para a guerra? 

Ao mesmo tempo em que vemos todo o horror de uma guerra, acompanhamos o desenvolvimento dos personagens e o quanto eles crescem como soldados. Seus medos, suas dúvidas e suas angústias, tudo isso sentimos. É isso que é o diferencial de Guerra do velho, ele nos mostra o quão ruim é estar em uma guerra, mas ele também nos mostra do por que estar nela. São esses conflitos internos e externos que vemos ao longo de todo o livro. Perry é um personagem muito carismático e engraçado, o que dá aquele contraste cômico para o livro. Vamos enfrentar muitos alienígenas no decorrer dos capítulos e tudo isso pelo ponto de visto do incrível Perry. O livro é narrado em primeira pessoa, o que, com certeza, dá o realismo literário perfeito.

A edição brasileira do livro está linda, assim como todos os livros da Editora Aleph. O Cuidado que eles têm com os livros é de se admirar, e eu espero que eles publiquem muitos outros livros do John Scalzi por que eu estou completamente apaixonado pela escrita e genialidade do autor. 

Guerra do velho com certeza foi um livro que me surpreendeu bastante. Sei que ele está sendo muito comentado na mídia, e que muita gente pode ir ler com o pé atrás, e agora vos digo: LEIAM COM VONTADE E SEM MEDO. Esse é um livro que talvez você nunca tenha lido algo igual.

02 maio 2016

Resenha | Cyberstorm


Admito que ficção científica não é um gênero que faz meus olhos brilharem, mas ao ler a sinopse de Cyberstorm, minha curiosidade foi aguçada, afinal, nos tornamos tão dependentes da tecnologia, sobretudo da rede de computadores, que fica a questão: o que aconteceria se houvesse um ataque cibernético?

É com um realismo inquietante que o autor Matthew Mather responde essa pergunta. Em uma das cidades mais modernas do mundo, Nova Iorque, os meios de comunicações começam a falhar e uma nevasca assola a cidade. Sem uma maneira de entrar em contato com o resto do mundo, a população vive em um cenário apocalíptico em meio ao desconhecimento do que realmente está acontecendo.

Acompanhamos Mike Mitchell e sua família tentando sobreviver em meio à fome, frio, falta de energia e água, além de uma possível epidemia de gripe aviária, ao tempo em que especulamos sobre o que está acontecendo.

Seria um ação terrorista? Um ato de guerra? Ou ainda um ataque de Extraterrestres? O suspense é um dos melhores pontos da obra e o autor segura a informação até o último minuto, sendo até um pouco decepcionante a revelação.

“Quem fizera aquilo conosco? Quem nos transformara em animais? Não podia ser apenas um acidente, não do modo com que havia se desenrolado: o ataque à logística, a queda da internet, os alertas de gripe aviária, e então uma invasão do espaço aéreo norte-americano e a derrubada das redes de energia”. (p.312.)

Outro ponto forte da obra é a descrição de toda a situação vivida pelas personagens, à medida que a história se desenvolve, somos apresentados a situação desesperadora que a cidade está imersa. Além disso, Matthew Mather de fato trabalhou em segurança cibernética e conseguiu escrever sobre as “tecnicidades” da obra de uma maneira bem simples, não tornando-se cansativa de ler.

“A tecnologia não podia regredir, mas os seres humanos sim, e com uma facilidade e rapidez surpreendentes quanto os vestígios do mundo moderno desapareciam”. (p. 330)

Se por um lado o autor acerta nesses pontos, por outro peca no desenvolvimento de seus personagens, que além de estereotipados, são rasos e facilmente esquecíveis... eu queria mesmo era saber o que aconteceu.

Sendo assim, Cyberstorm é memorável por sua ambientação, sendo uma leitura envolvente tanto para os fãs de ficção científica como para os leitores mais distantes do gênero.

03 fevereiro 2016

Resenha | Half Bad


Half Bad foi uma leitura em conjunto que fiz com alguns amigos, comecei a leitura sem muitas expectativas e sabia pouco sobre a história, mas logo descobri que estava totalmente errado.
Nathan é um garoto bruxo, metade da luz, metade das sombras. Em seu décimo sétimo aniversário todo bruxo recebe 3 presentes e o sangue de um familiar para se tornar um verdadeiro bruxo e descobrir o seu dom.

Em uma escrita leve, acompanhamos a vida de um personagem não muito diferente do que já vimos em outros livros. Com um temperamento forte, uma vontade enorme de lutar pelo seus ideais e todo o seu medo de morrer por não receber os seus 3 presente, Nathan embarca em uma aventura que poderá colocar todo o seu futuro em um jogo que o bem e o mal se enfrentarão. 

Half Bad é uma história bem desenvolvida, apesar da invisibilidade de alguns personagens que julgo serem importantes. Mas que ruma para enfim ser a trilogia adolescente que encanta todos que lerem. E com certeza me encantou. Fiquei eletrizado com essa leitura, apesar de ter achado que seria apenas um livro com a capa bonita. Nathan é um garoto que sofre para conseguir o que tanto quer, e todo esse ato de violência é narrado em uma mistura de fatos e sangue. 

Sally Green é definitivamente uma escritora com um talento que nos prende em suas histórias e com finais que nos faz ler os livros seguintes. Half Bad com certeza é uma dessas histórias. A múltipla personalidade de Nathan é o que mais acho interessante no personagem, metade das sombras, metade da luz. É como se estar com um pé no céu e outro no inferno. Ele luta pelos seus dilemas, quer ser um bruxo poderoso para que possa se vingar de todos que o fizeram sofrer, mesmo quando era para seu próprio bem.

Como disse anteriormente, o final de Half Bad deixa pontas soltas que nos faz querer logo ler o segundo volume, o que obviamente não fiz de imediato. Depois de todos as revelações, os acontecimentos e os desastres, preciso de um tempo para processar tudo que estava acontecendo e me preparar para tudo que ainda irá acontecer. Mas enquanto ainda não comecei a leitura de Half Wild, li o conto que antecede esse primeiro livro. Half Lies.

Em Half Lies acompanhamos a vida de Gabriel, um personagem secundário do primeiro livro, no qual ele é responsável por ajudar Nathan a encontrar o seu pai. Gabriel definitivamente é o melhor personagem de todos os tempos. Com um carisma que só ele possui, conhecemos mais a fundo esse garoto que todo mundo Shippa <3 

Enfim, recomendo a leitura de Half Bad. Pode ser só para descontrair. Não adianta ler o livro esperando algo diferente e inovador, com certeza isso não vai acontecer. Deixem-se levar pela história e pelos personagens. 


Half Bad | Sally Green | Intrínseca | 304 páginas

17 janeiro 2016

Star Wars | Marcas da Guerra


É muito difícil falar sobre um livro tão marcante, ao mesmo tempo que é tão fácil! Marcas da Guerra foi o primeiro (de muitos <3) livro que li do universo expandido de Star Wars, e não havia livro melhor para começar. Comecei a leitura sem muitas expectativas, queria pistas sobre o novo filme e em uma tarde no telhado da minha residência em AKIVA, comecei a ler...
Em Marcas da Guerra conhecemos o planeta Akiva por várias perspectivas, onde cada qual vão se interligando com o passar da história. Norra Wexley é uma antiga piloto da Aliança Rebelde, onde participou da Guerra de Endor alguns meses atrás. Nos capítulos que acompanhamos Norra vemos a dura luta para reencontrar o seu filho, no qual ela havia abandonado para se juntar a uma causa maior e para tentar encontrar o seu marido. Logo vemos uma mulher forte, enfrentando tudo e todos para encontrar o seu filho,Temmin. E, em contra partida, conhecemos uma Norra frágil e sensível. Temmin é um garoto cuja única opção era crescer precocemente para conseguir sobreviver. Ele é dono de uma loja de sucatas, onde constrói coisas úteis e inúteis, como o Sr. Ossudo, um robô de combate que tem uma participação muito carismática no livro (como não se apaixonar...).
Então vamos acompanhando a vida desses dois personagens tão importantes para a história. 
Em outros pontos de vistas, vamos conhecer e acompanhar a belíssima caçadora de recompensas Jas Emari, onde suas habilidades são testadas e seu caráter posto à prova, mas terá caráter uma caçadora de recompensas? 
O antigo agente imperial Sinjir também é um dos personagens que acompanhamos, ele quer a todo custo sair do planeta Akiva e se ver livre de tudo que esteja relacionado ao império, mas claro, não será tão fácil se livrar deles. Esses quatro personagens vão seguir em uma aventura cheia de ação, dúvidas e armadilhas pelo planeta Akiva, onde o Império ainda tem grande controle sobre os habitantes. Será que eles vão conseguir sair dessa com vida?

"Já tentou pegar uma mariposa? Fazer uma concha com as mãos, correr atrás dela e pegá-la? Mariposa branca, marrom, de qualquer tipo? Não é possível. Elas sempre escapam. Em espasmos, para cima e para baixo, de um lado para o outro. Como uma marionete dançando sob o controle de cabos de alguém. Isso sou eu. Isso é essa nave."

Em Marcas da Guerra encontramos um Império abalado, cuja única preocupação é não perder o seu poder de direito. Também encontramos uma Nova República (antiga Aliança Rebelde), com sede de justiça e desejo de dominar toda a galáxia. Em meio a toda essa trama, criamos uma simpatia por todos os personagens, passamos a admirá-los e querer continuar a ler, ler e ler... Os personagens são de uma sensibilidade incrível, onde passamos a amá-los e odiá-los. Quando estava lendo queria mais, não queria que acabasse nunca, mas como tudo que é bom dura pouco, o livro acabou. E o que fazer depois que se termina um livro tão incrível? Se entra em depressão, óbvio! Porém, comigo foi diferente, queria a continuação de Marcas da Guerra para ontem, mas como não seria tão possível, fui assistir o filme... E que filme! 
Para quem leu o livro, encontramos poucas semelhanças (poucas mesmo!), mas o filme é de uma magnitude tão incrível que ter lido todos os livros para a jornada teria valido muito a pena!

"Não estamos enfrentando o Império apenas para nos tornarmos o Império. Não é uma simples tomada de poder, e é isso que quero mostrar à galáxia. Quero que saibam que confiamos neles, como a República sempre confiou. Se vamos pedir a alguém que lute por nós, esse alguém precisa saber pelo que está lutando [...]"

A escrita de Chuck Wendig é bem simplista, conseguimos nos situar na história com muita facilidade. Aftermath é uma trilogia do novo Canône, onde está situado logo após o Episódio VI e que ainda acompanhamos as consequências que a guerra pode e trouxe para a galáxia. 
Depois que terminei essa leitura, tive a certeza que continuarei e lerei todos os livros de Star Wars. Não sou um fã que sabe tuudo sobre a saga, mas gosto bastante dos filmes, e quero adentrar ainda mais nesse universo, e se possível, ter a força comigo. haha. 
Marcas da guerra é um livro bem escrito, e  recomendo para quem nunca leu nada de Star Wars, assim como eu nunca tinha lido, que comece por esse livro, garanto que vocês vão se apaixonar ainda mais pelo universo. 



Marcas da Guerra | Editora Aleph | 408 Páginas

23 dezembro 2015

Resenha | Sereia de Vidro


Sereia de Vidro conta a história de um escritor que está sofrendo com um bloqueio literário, e está passando por vários problemas em sua família. Então ele vai até uma Cartomante (mesmo não acreditando muito), e é então que tudo começa.
Após saber o passado, presente e futuro, ele tentará seguir com a própria vida, porém, tudo que foi dito naquela sala não sairá da sua cabeça e tudo irá se cumprindo aos poucos.
Em uma narrativa bem eletrizante, vamos percorrendo ruas e restaurantes de São Paulo, ao mesmo tempo que vamos tentando descobrir todo o mistério das cartas. Estariam elas falando a verdade?

Envolto de com conspiração entre o trafico, o governo e a bem sucedida construtora do sogro, ele irá ter que entender, ao mesmo tempo que se envolverá em uma teia criminosa e que estará colocando a própria vida em perigo, tudo o que está acontecendo.

Sereia de Vidro é o primeiro livro de uma série publicada pela Editora Bússola, onde consiste em pequenos livros para que alcance um maior número de pessoas, tanto por se tratar de histórias curtas, quanto pelo tamanho do livro, que cabe até no bolso (garanto que cabe!!)
Por se tratar de uma história bem curta - Um conto - a história deixou um pouco a desejar, mas nada grave ou que chegue a desmerecer o que foi escrito. Talvez o problema seja comigo, já que estou acostumado com histórias longas e detalhadas. 
Os personagens são bem superficiais, o que faz com que, mesmo em poucas páginas, não tenhamos uma ligação com eles. A descrição dos cenários já não seguiu por esse caminho, bem descritos eles foram inseridos na história em momentos chaves, onde, com certeza, contribuíram para a imaginação dos acontecimentos. 

Em contra partida, o livro é muito bem escrito, onde todos os mistérios exposto no início foram explicados no final, não deixando nenhuma ponta solta. 
O livro é narrado em primeiro pessoa, o que facilita bastante o entendimento da história. 
Com toda certeza indico esse livro para qualquer pessoa, mesmo aquelas que só querem fugir um pouco da zona de conforto (ou seja, ler algo diferente das mesmices que vemos por aí).

Se você está querendo ler ao diferente e bom, leia Sereia de Vidro. Garanto que irão gostar.

 Marcelo Antinori | Editora Bússola | 72 páginas | Skoob | Comprar

06 dezembro 2015

Resenha | Confissões de Inverno


É muito difícil falar sobre um livro tão forte, e, ao mesmo tempo, tão sensível. Confissões de Inverno foi uma grande surpresa para mim, com uma sinopse bem expressiva e pouco detalhada, embarquei nessa leitura com grandes expectativas e uma grande parte foram supridas. 
Em Confissões de inverno conhecemos Aidan Donovan, um garoto de 16 anos que está passando por problemas familiares. As incontáveis ausência do pai o torna frio e solitário. Então o que faria um garoto que não vê o sentindo de continuar vivendo? Se entregaria para a solidão e esperaria o tempo decidir o seu destino? Não! claro que não! 
Aidan procura consolo na igreja Preciosíssimo Sangue, o consolo do adorável padre Greg o torna cada vez mais forte. Mas quando em uma crise existencial Aidan descobre que todo o amor dito pelo padre era uma farsa, um acumulo de mentiras vem à tona, deixando-o com o coração ferido. Tudo não passava de uma ilusão posta para que os constantes abusos praticados pelo padre fossem escondidos (ou esquecidos). Mas de quem será a culpa?

"O Problema é que nem sempre a gente escreve a própria história. Você participa da história dos outros e fica sem resposta quado se pergunta por quê. Você não tem controle, porque as forças em ação são grandes demais para enfrentar e, às vezes, até para entender."

Após toda a verdade vir à tona para Aidan, ele resolve tentar esquecer tudo o que aconteceu, porém, logo descobre que isso será totalmente impossível. Com a ajuda de Josie, Sophie e Mark, Aidan irá traçando uma nova história: Sem Preciosíssimo Sangue, sem padre Greg. Mas como em uma Montanha Russa, o pior ainda não havia acontecido!
Confissões de inverno é uma verdadeira lição sobre superação, auto conhecimento e sexualidade. Lidar com os erros alheios pode ser tão difícil quanto lidar com os nossos próprios erros. Contudo, pode ser bem mais fácil quando se tem amigos que estão do seu lado e podem superar junto com você. É isso que aprendemos com essa leitura: Enfrentar o que é ruim com pessoas que realmente gostamos é bem mais fácil que enfrentar sozinho, esperando que o tempo passe e que possamos sumir.
Com uma brilhante estreia, Brendan Kiely nos faz pensar sobre o certo e o errado, sobre a culpa e o culpado. 

"Havia algo mais profundo que apenas o sexo, não? Eu acreditava que a união dos corpos era a ponte de algo mais importante, uma junção de partes para compor um todo mais pleno, assim como o ato de respirar une a inspiração e a expiração num só movimento. Era só isso que eu queria: uma sensação de estabilidade, de completude, uma garantia de que qualquer medo poderia ser desfeito, de que a solidão era uma doença que se curava quando a expiração do outro se tornava a minha inspiração e, juntos, nenhum de nós jamais se sentiria só."

Confissões de inverno foi uma leitura prazerosa, e ao mesmo tempo difícil. Foi difícil conhecer uma história tão intensa e saber que isso acontece em nosso dia a dia. O livro não é apenas uma história para entreter, é uma crítica para que possamos ver o que, às vezes, está debaixo do nosso próprio nariz.

"A Verdade nem sempre precisa estar debaixo do nosso nariz para que seja reconhecida, não é?"

Um livro doce, simples e recomendado! 




Brendan Kielyy | Editora Arqueiro | Skoob | 224 Páginas | 2015

09 novembro 2015

Resenha | O Planeta dos Macacos


A algum tempo completei a leitura desse livro magnifico, porém, ele ficou em meus pensamentos durante dias. Eu precisava escrever sobre ele, eu tinha que escrever. E cá estou.
O Planeta dos Macacos foi escrito por Pierre Boulle em 1963, e desde então é considerado um grande clássico da ficção científica e foi um grande reboliço na época, por se tratar de uma crítica tão explicita. 
No futuro, três astronautas partem em missão para explorar um novo planeta que é bem parecido com a terra, porém, essa viagem mudará totalmente o rumo de suas vidas. Eles viajarão por Anos-Luz, o que quer dizer que o período de tempo que eles passarão no espaço será diferente do tempo que terá passado na terra. Tudo (e todos) que eles conheceram não existirão mais quando voltarem para a terra. 
Logo que pousaram em terra, nesse novo planeta, viram que tudo era diferente (ou eles acreditavam ser). Mas algo terrível é imediatamente descoberto: os homens, em Soror, eram homens bestializados, ao mesmo tempo que os macacos dominavam aquele mundo tão parecido com o nosso.
Ulysses era um dos astronautas que pousaram naquele planeta, capturado e mantido refém pelos macacos ele tenta a todo custo demonstrar que ele pensa, que ele tem uma alma. Mas isso não será tão fácil, principalmente vindo de um animal.

"No planeta Soror, a realidade parecia completamente ao avesso: Estávamos às voltas com habitantes semelhantes a nós do ponto de vista físico, mas que pareciam completamente destituídos de razão. Era de fato esta a significação do olhar que me perturbara em Nova e que encontrei em todos os outros: a falta de reflexão consciente, a ausência de alma." 

Ulysses acaba se apaixonando por uma selvagem, ao mesmo tempo que tenta ser reconhecido pelos seus conhecimentos naquele mundo novo. Após anos tentando se comunicar, ele consegue e é então que tudo se complica. Os macacos falam uma língua diferente. Ele é obrigado a aprender esse idioma para poder se comunicar, quando isso acontece, é dado como uma anomalia, um animal falante. Sua vida muda totalmente, porém isso deve acabar, e logo!
O livro é uma carta deixada dentro de uma garrafa no espaço, onde um casal a encontra e decidem lê-la. Tal carta é narrada em primeira pessoa pelo próprio Ulysses, onde ele vai contar cada instante de sua vida nesse novo planeta. 
Em 1968 foi produzido um filme baseado no livro, onde teve grande participação do autor, porém, ainda assim existem grandes diferenças entre o filme e o livro, o que se destaca bastante é a mudança do nome do personagem principal e o final tão impactante. 
Ambos os finais são chocantes. Diferentes. Para mim, o final não foi tão impressionante quanto eu pensei que fosse (Já desconfiava sobre o desfecho), mas mesmo assim me deixou de queijo caído.


O livro é bem escrito e a história é sensacional. Cada parte desse livro me marcou de uma maneira diferente. A crítica que ele faz para o mundo que hoje vivemos é bem clara. O mundo ruma - a galope - para a própria destruição. 


Pierre Boulle || Editora Aleph || Skoob || 217 Páginas || 2015